20 de ago. de 2008

China - uma nação de inspiração olímpica

A China cumpriu o que prometeu: até agora está à frente dos Estados Unidos no quadro de medalhas. Isso aconteceu porque houve grande incentivo do governo nos esportes individuais, grandes investimentos no potencial dos atletas. O resultado está lá! Enquanto isso, o Brasil amarga o 41º lugar na classificação geral, atrás de nações sem tradição espotiva, como Azerbaijão.

Ouvimos a todo momento na televisão os locutores e comentaristas afirmarem que as medalhas de bronze ou a simples classificação dos atletas para as finais são feitos históricos. O mérito, no entanto, é apenas dos esportistas. Em um país em que educação, cultura e esportes são itens supérfluos, de segunda importância, conseguir competir em uma final olímpica já é um grande feito! Várias modalidades têm grandes patrocinadores, sim, mas, geralmente, são esportes coletivos. Em certos esportes individuais é difícil encontrar um atleta que se dedique somente ao esporte, porque simplesmente não há interesse do governo em investir.

Claro que o governo chinês quer mais do que mostrar a supremacia esportiva de seu povo, diante de países desenvolvidos. Eles querem afirmar que estão crescendo como país, por isso querem ser os primeiros no quadro de medalhas, querem ser vistos como o país que melhor organizou a competição até hoje, enfim, querem ser grandes.

O Brasil, com dimensões territoriais tão significativa, enviou a maior delegação de atletas até hoje para uma olimpíada, mas os resultados são o reflexo da falta de esforço dos governantes em melhorar a questão esportiva do país. Porque os atletas — em grande maioria, à exceção de alguns jogadores de futebol
, esses sim, estão fazendo sua parte, treinando, dedicando-se ao que fazem de melhor e ao que gostam de fazer.

Nosso país deve se inspirar na China como investidor de um futuro, afinal, gente com tão pouca oportunidade na vida vê no esporte uma possibilidade de vencer. A educação é essencial, junto com o esporte, para que a sociedade brasileira possa desenhar um outro rumo. Não digo que haja investimento apenas para ganhar competições, até porque nem a China está fazendo só isso. Afinal, se for pra competir só pra ganhar, não são necessárias as medalhas. Como diria Quincas Borba, "Ao vencedor, as batatas".

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