21 de abr. de 2009

Saga da Previdência

Nos últimos 2 meses eu tenho estado afastada do meu trabalho por conta de uma fratura muito indesejada, o que me fez ter de procurar um simpático posto de atendimento da Previdência Social.

O que eu não esperava era que isto virasse uma saga, quase Senhor dos Anéis.
A primeira coisa que te falam é que, pra marcar a sua primeira perícia médica você deve ligar para o serviço de atendimento 135 no 16° dia de afastamento (os 15 primeiros são de responsabilidade da sua empresa). Ao ligar, tive o desprazer de falar com um atendente que mal sabia onde a minha belíssima cidade ficava, já que ele não conseguiu achar esta opção. Acabei optando por uma opção mais "em conta". Claro, como tudo anda muito rápido no serviço público, só fui agendada para um mês depois.

Depois de tanta espera, eis que vou à perícia que acabou não acontecendo por motivos obscuros: "Vou remarcar você porque a médica não pode atender" e ponto final... Claro, eis que a minha revolta surge e desaba no sentimento extremo de inutilidade. Remarcaram-me para um mês depois, fazendo as contas, dois meses depois do meu acidente.

Enfim, na sexta-feira dia 17/04 eu consegui! Fui atendida numa perícia que não durou nem 10 minutos. Mas o que fica pra mim é a sensação de pequenez perante algo que você ajuda a pagar mas não pode contar quando mais precisa.

É, isto é o Brasil e este é um dos seus serviços...

7 de abr. de 2009

Crise? Que crise...

Venho por meio deste post, cumprir a difícil tarefa de falar sobre a minha profissão. Primeiramente, parabéns aos meus caros colegas de ofício, que trilham o caminho do jornalismo; parabéns aos meu caros colegas que, apesar de formados, com registro no Ministério do Trabalho, não conseguiram efetivamente exercer essa profissão (vou precisar dar uma parada agora, estou indo as lágrimas...).

A verdade é o seguinte: nós jornalistas estamos assistindo uma dilaceração do nosso ofício. Hoje, gostosonas ocuparam o nosso lugar , apresentam programas, fazem matérias e, com a discussão da não necessidade de diploma de jornalismo, poderão até se intitular "jornalistas". Tudo bem, não há impedimento nenhum em ser gostosa e ser jornalista também, mas, mesmo que a prática seja importante, aprendemos coisas na faculdade que fazem o diferencial na maneira como conduziremos as entrevistas e preparamos as matérias. Vide o papo de cumadre que rola em tantas entrevistas importantes (até hoje não descem as entrevistas que a antiga moça do tempo realiza na "sua" revista semanal).

Isso é um ponto. O outro ponto a ser lembrado é que as redações estão cada vez menores e os poucos que conseguem salvar o emprego estão sendo cada vez mais explorados. Como, na era da informação, somos tratados com tamanho desrespeito? (volto as lágrimas...estou apelando como nos programas "jornalísticos" do horário da tarde, escracha!!!)

Justamente por haver tantas novas formas de informação, novos canais, a lógica seria a contratação de mais pessoas. Mas não, o capitalismo rege os conglomerados jornalísticos (jornal impresso,
on-line, tevê, rádio, blogs, twitter, notícias via celular) que levam em consideração o lucro da empresa. A informação, como é transmitida, apurada, redigida, é só um detalhe.

Atualmente, nos sites de jornais, há uma seção especial para os leitores-repórteres. Sim, se a redação não dá conta, vamos deixar os leitores participarem (ajudarem, bem da verdade, a fazer a notícia). A partir daí podem até surgir novas reportagens, dependendo do assunto, mas, se não "render caldo", o site foi alimentado, novas informações foram publicadas, novos acessos foram gerados e,
voilá, lucro garantido!

Enquanto isso nossos governantes garantem que o Brasil tem um aumento considerável de empregos/mês e que o pior da crise no Brasil já passou. Crise? Que crise...


Juliana e Priscila

Por gentileza, obrigada!



Cada um no seu quadrado, como fala a famosa música. Esse deveria ser o curso normal da história, no que diz respeito à educação. Os pais ficam com a responsabilidade da educação que vem de casa, aquela primária, sabem? Na minha época, e olha que nem foi há tanto tempo, quando eu ganhava alguma coisa,mamãe dizia: "Como se fala minha filha?"; era tão lógico o respeito aos meus pais e consequentemente aos mais velhos que, quando eu sacudia as pernas de pirraça, mamãe só olhava; quando eu fazia algo errado, papai só olhava. Não fiquei traumatizada, não quis cortar os pulsos e nem me enfiei nas drogas. Com tudo isso, restava, pra escola, a educação formal, regular, o "beabá" mesmo.

Mas o que temos hoje? Uma psicologia e pedagogia sempre a favor das crianças, mesmo quando essas estão erradas. Nada se pode falar pro filho e nada se pode fazer com o aluno. O ensino vai mal, eu sei, há vários mecanismos ruins que não estão ligados à educação que o indivíduo traz de casa, é certo. Porém, qual o profissional que não se corrompe e se entrega ao desânimo diante do cenário que se instaurou nas escolas?

Falo das públicas e das prarticulares também. Vários colegas que acreditavam na educação como a base de tudo, se entregaram, por amor, ao magistério, e, com menos de um mês de trabalho, dando aula pra essa geração aprendiz de terrorista, já entraram em desespero.

Não tem sido raro ouvir dos professores que crianças da quinta série se agridem fisicamente, por causa de um lápis. E é um tal de "vai tomar naquele lugar" para lá, "vai se f..." para cá, além de chutes e pontapés nos professores. O melhor, pasmem, nada pode ser feito da parte dos nossos mestres! Eles não podem colocar pra fora de sala, não podem suspender, não podem deixar de castigo, além da hora, não podem nenhum mecanismo de punição, NENHUM!!!

Há hoje um amparo ao desrespeito, à falta de educação, à violência e um desamparo aos nossos professores, a fim de que a mínima ordem seja reestabelecida e as salas de aulas voltem a ser um local de aprendizado e troca.

Lembrei de uma coisa que uma colega de trabalho me contou e até me deu vontade de rir. A troca entre professores e alunos tem sido de outro jeito. Essa colega disse que xingou esses dias alguém do seu convívio e, quando se deu conta, disse: "Estou me tornando um monstro!". Ou seja, o meio está influenciando tanto a pobre coitada que ela está adquirindo os hábitos dos seu educados alunos.

Nem entrarei no mérito deles chegarem na quinta série, alguns com 17 anos, e não saberem ler ainda...Prefiro nem falar disso, porque me dá um embrulho no estômago tal situação.

Como mamãe me ensinou, dá licença, por favor, por hoje é só e muito obrigada pela atenção até o final do texto. Ah, volte sempre!