31 de ago. de 2010

Ai meu Deus, o que é isso?


Venho aqui falar sobre um assunto muito importante; venho falar com você, mulher. Você que passou dos trinta e passou a achar que na vida há outras prioridades que não inclui você mesma.

Dia desses estava no ônibus, indo para Jacarepaguá - que é longe pra caramba - e reparei, é...como possso dizer isso? Reparei o suvaco de uma moça. Pronto, falei! E o que tinha de extraordinário nisso? Cabelos, muitos cabelos. Tímidos, envergonhados de estarem ali, mas estavam. Suplicando, além da blusa: me arranque, me arranque!

E, naquele momento, lembrei tantas outras mulheres que chegam a uma fase da vida assim: não se depilam, não se pintam, não se cuidam e, o pior, não se amam. Ao mesmo tempo pensei: Deus me livre de ficar assim.

Mulher, por mais que queiramos mostrar que somos fortes, corajosas, saímos para trabalhar e podemos até sustentar uma casa, somos mulheres. Acho que nada encanta mais um homem do que essa mistura de auto-suficiência e feminilidade. Algo com um "q" de fragilidade com a capacidade de se colocar dependente dele, precisando de proteção e fazendo-o sentir-se homem, para que ele te faça sentir mulher.

Ah mulher, deixe os pelos para eles, a mão rachada, a pele sem nada. Para nós, o batom, o hidratante, a delicadeza e o depilador.

6 de ago. de 2010

O que você quer levar da vida?


Vivemos cheios de crise. Pelo menos eu vivo e estou saindo de uma: tendinite. Mas, as crises profissionais, afetivas, financeiras tomam conta de mim, que esqueço dos meus planos primeiros. Aqueles que nos movem, motivam, nos fazem sonhar. Tudo tem seu horário e não me restou um para replanejar, reconstruir e, mais bonito, recomeçar.
Contudo, ontem passei um dia diferente: num velório. Isso não é lá um grande tema para escrever num blog, mas decidi vir aqui e partilhar os meus sentimentos e conclusões diante da dor da perda. Um jovem, com futuro promissor, quase auditor fiscal, ainda oficial da marinha - meu primo. Caiu do telhado e, tragicamente, morreu na hora. Uma jovem esposa, uma filha pequena e uma família desconsolada.
A morte não é algo que me assusta e, para mim, é tão natural e certo. Mas, o que me chamou atenção foi ver aquelas pessoas, familiares e amigos, muitos amigos, naquele último momento daquele jovem. A fatalidade me gritou o quanto a vida é breve e me sacudiu com o que podemos levar da vida.
Bom, alguns dizem que levamos nada. De fato, meu primo não levará sua posse, sua farda, sua patente.Não sei vocês, mas, eu acredito em algo além da terra, em céu. E, nesta minha crença, me fez pensar que se tivéssemos que amostrar algo, quando chegarmos lá, seria o quanto amamos e nos deixamos amar. Não acredito nos meus méritos para estar um dia neste lugar, no entanto, ontem pensei que a única coisa que poderei levar da vida é isso.
Se eu amar, amar tanto, a ponto de sair de mim e ir ao encontro do outro, nisto se basearão meus ideais de um mundo melhor, com tudo que já partilhei aqui neste espaço. Se eu olhar para as pessoas, todas elas, sem distinção, e enxergá-las como meus semelhantes e , de algum modo, mesmo que pequeno, mostrá-las meu amor, levarei isso da vida.
Se eu conseguir parar e me replanejar, com esses critérios que citei, me vendo como parte dessa sociedade que precisa disso, nada além: precisamos de pessoas dispostas a amar. É utopia? Pode ser, mas, acho os grandes feitos da humanidade nasceram de maneira utópica e, com ousadia, alguém foi lá e fez ser realidade.
Quando isso aqui acabar, quero chegar lá no infinito feliz porque realizei tudo que faz um ser humano ser humano: o amor. E espero que assim tenha chegado meu primo lá em cima, com as mãos cheias de amor que soube dar e receber.