"Muitos me chamam pivete, mas poucos me deram um apoio moral
se eu pudesse eu não seria um problema social"
Protelei, mas vim! Escrevo apenas sobre coisas tristes, estou me sentindo naqueles programas da tarde, durante a semana, que só falam de tragédias. Ah, falando nisso, poderia falar do caso da Eloá, da ação da polícia, quem estava certo ou errado (a imprensa adora emitir esses julgamentos, condenar e emitir sentenças como se fosse o juiz do "reino de deus"). Porém, vou falar de outra violência. Novidade, não é?
Então, dias desses, e isso não passou na televisão, estava na rua São José, no centro do Rio, por volta das 15h, vi guardas municipais um pouco furiosos e camelôs correndo. Uma cena típica, nas ruas do centro, e que até vimos esses dias nos jornais, quando falaram sobre pirataria na Uruguaiana. Mas, talvez, o que não vira notícia de jornal é a violência das autoridades e uma estranha política de segurança pública adotada desde os tempos da ditadura de 1964. Quando passei num ponto da rua São José, havia uma multidão, em volta de um ônibus da guarda municipal, e dentro dele um rapaz apanhando dos guardas. O que ele fez? Era o que eu me perguntava.
Algumas pessoas falavam que vagabundo tem que apanhar mesmo, outras diziam que o rapaz está sempre ali e nada tinha feito. Parei e fiquei como todos olhando, sem saber o que eu poderia fazer. Gente, independente do que ela tenha feito, é assim que devem agir os responsáveis de assegurar a ordem?
O sociólogo Michel Misse, da UFRJ, em um de seus artigos, fala que, dentre vários países analisados, o bandido do Brasil é o único que não se rende. Se ele se rende, ele morre, se ele não se rende, tem duas chances: matar ou morrer. Não estou em defesa de uma parte ou de outra, estou em defesa de uma política de segurança que, de fato, seja segura. Naquela hora pensei: a violência nunca vai acabar aqui no Rio. Que política é essa em que a violência é o ponto principal? O rapaz apanhou dos guardas, nós apanhamos dos rapazes, os rapazes matam policiais, policiais matam rapazes, é um ciclo.
Uma vez perguntei a um policial por que isso. Ele disse que faz assim porque os "vagabundos" fazem assim com eles. E que os "vagabundos" chamam policiais de "vermes", marcam a cara e depois podem matá-los, quando soltos.
E o que o rapaz fez para estar apanhando no ônibus da guarda municipal? Nada que ele tenha feito justifica esse tipo de atitude da parte de quem representa o estado. Bater, matar, não resolve o problema, caso o rapaz tenha roubado. Essa política de desvalorização do ser humano, que impera no nosso país, faz dele um dos países com maior índice de crimes COM VIOLÊNCIA.
Fiquei indignada com o que vi, teria muito mais para escrever, me exaltar, gritar de raiva por tanta coisa errada que anda acontecendo. Mas, por enquanto, vou tentando não me conformar (tomar a mesma forma) da maioria da sociedade que tem esse pensamento e ficou do lado de fora do ônibus falando: bate, bate mesmo, porque vagabundo tem que apanhar!
Algumas pessoas falavam que vagabundo tem que apanhar mesmo, outras diziam que o rapaz está sempre ali e nada tinha feito. Parei e fiquei como todos olhando, sem saber o que eu poderia fazer. Gente, independente do que ela tenha feito, é assim que devem agir os responsáveis de assegurar a ordem?
O sociólogo Michel Misse, da UFRJ, em um de seus artigos, fala que, dentre vários países analisados, o bandido do Brasil é o único que não se rende. Se ele se rende, ele morre, se ele não se rende, tem duas chances: matar ou morrer. Não estou em defesa de uma parte ou de outra, estou em defesa de uma política de segurança que, de fato, seja segura. Naquela hora pensei: a violência nunca vai acabar aqui no Rio. Que política é essa em que a violência é o ponto principal? O rapaz apanhou dos guardas, nós apanhamos dos rapazes, os rapazes matam policiais, policiais matam rapazes, é um ciclo.
Uma vez perguntei a um policial por que isso. Ele disse que faz assim porque os "vagabundos" fazem assim com eles. E que os "vagabundos" chamam policiais de "vermes", marcam a cara e depois podem matá-los, quando soltos.
E o que o rapaz fez para estar apanhando no ônibus da guarda municipal? Nada que ele tenha feito justifica esse tipo de atitude da parte de quem representa o estado. Bater, matar, não resolve o problema, caso o rapaz tenha roubado. Essa política de desvalorização do ser humano, que impera no nosso país, faz dele um dos países com maior índice de crimes COM VIOLÊNCIA.
Fiquei indignada com o que vi, teria muito mais para escrever, me exaltar, gritar de raiva por tanta coisa errada que anda acontecendo. Mas, por enquanto, vou tentando não me conformar (tomar a mesma forma) da maioria da sociedade que tem esse pensamento e ficou do lado de fora do ônibus falando: bate, bate mesmo, porque vagabundo tem que apanhar!