15 de mai. de 2009

Uma esmola pelo amor de Deus. Meu! Por caridade

Imagina você, na sua trajetória de vida, seja ela grande ou pequena, dependendo da sua idade, ter se dedicado, sonhado, lutado até que chegou na universidade. Vale destacar: sem ajuda alguma do governo. O mérito é seu, todo seu, apesar dos altos impostos pagos que não são revertidos para o benefício do povo.

Imagina, agora, que você cursou a faculdade numa das universidades com maior prestígio no país. Mas, vale destacar novamente: sem ajuda do governo. Lá, você correu atrás do material necessário e que não tinha na faculdade; assistiu aula em locais terrivelmente abandonados e sujos; usou o banheiro mais nojento que o de um botECO (eu e meus trocadilhos infames, desde o tempo da ECO); teve aulas com professores que mais pareciam personagens do filme Sexto Sentido; no entanto, conseguiu aprender alguma coisa com professores que, de fato, entendiam o valor do ensino e se dedicaram a ele. E, durante a sua jornada acadêmica, fez um estágio que, sem pena nenhuma, quando você se formou, te disse: "faz parte da vida. Boa sorte!".

Imaginou? Se imaginou também " a ver navios", cantando " eta vida de cão"?
É, a massa dos desempregados do Brasil se encontra, hoje, composta por aqueles que, desde criança, ouviam falar que eram o futuro do país. E, na faculdade, a elite pensante. E eis que a pessoa que vos fala engrossa essa massa há quase dois anos, sem ter imaginado que, saindo daquele lindo campus da Praia Vermelha, estaria próximo de entrar na portinha do lado: a do Pinel!

Sem querer pensar em uma teoria da conspiração de que tudo dá errado, principalmente para aqueles que vem de baixo, está difícil não achar que, em determinadas profissões, há uma ferrenha manutenção do status quo. Para empresas privadas, o QI; para os concursos, os cursos caros. Para quem não tem um nem outro, um blog para desabafar com um sentimento de quem pede uma esmola pra este país que não gera empregos, que não investe em educação e que deixa, aqueles que conseguiram terminar um ensino superior, na rua da amargura (lembrei da minha mãe agora com essa frase! Coitadinha, ela ainda acredita que as coisas irão mudar...).

Um comentário:

Priscila disse...

Realmente parece que há uma tentativa de se manter determinadas classes à frente nesse mercado de trabalho. Estudar pra concurso sem tem emprego é insanidade, a não ser que vc seja muito rico, pq os cursos são o olho da cara e atualmente existem os concurseiros ou estudantes profissionais, que se dedicam 24 horas às apostilas e aos livros.