6 de ago. de 2010

O que você quer levar da vida?


Vivemos cheios de crise. Pelo menos eu vivo e estou saindo de uma: tendinite. Mas, as crises profissionais, afetivas, financeiras tomam conta de mim, que esqueço dos meus planos primeiros. Aqueles que nos movem, motivam, nos fazem sonhar. Tudo tem seu horário e não me restou um para replanejar, reconstruir e, mais bonito, recomeçar.
Contudo, ontem passei um dia diferente: num velório. Isso não é lá um grande tema para escrever num blog, mas decidi vir aqui e partilhar os meus sentimentos e conclusões diante da dor da perda. Um jovem, com futuro promissor, quase auditor fiscal, ainda oficial da marinha - meu primo. Caiu do telhado e, tragicamente, morreu na hora. Uma jovem esposa, uma filha pequena e uma família desconsolada.
A morte não é algo que me assusta e, para mim, é tão natural e certo. Mas, o que me chamou atenção foi ver aquelas pessoas, familiares e amigos, muitos amigos, naquele último momento daquele jovem. A fatalidade me gritou o quanto a vida é breve e me sacudiu com o que podemos levar da vida.
Bom, alguns dizem que levamos nada. De fato, meu primo não levará sua posse, sua farda, sua patente.Não sei vocês, mas, eu acredito em algo além da terra, em céu. E, nesta minha crença, me fez pensar que se tivéssemos que amostrar algo, quando chegarmos lá, seria o quanto amamos e nos deixamos amar. Não acredito nos meus méritos para estar um dia neste lugar, no entanto, ontem pensei que a única coisa que poderei levar da vida é isso.
Se eu amar, amar tanto, a ponto de sair de mim e ir ao encontro do outro, nisto se basearão meus ideais de um mundo melhor, com tudo que já partilhei aqui neste espaço. Se eu olhar para as pessoas, todas elas, sem distinção, e enxergá-las como meus semelhantes e , de algum modo, mesmo que pequeno, mostrá-las meu amor, levarei isso da vida.
Se eu conseguir parar e me replanejar, com esses critérios que citei, me vendo como parte dessa sociedade que precisa disso, nada além: precisamos de pessoas dispostas a amar. É utopia? Pode ser, mas, acho os grandes feitos da humanidade nasceram de maneira utópica e, com ousadia, alguém foi lá e fez ser realidade.
Quando isso aqui acabar, quero chegar lá no infinito feliz porque realizei tudo que faz um ser humano ser humano: o amor. E espero que assim tenha chegado meu primo lá em cima, com as mãos cheias de amor que soube dar e receber.

2 comentários:

Rodrigo Cavaleiro disse...

Bem verdade já que este meu comentário, inclusive, é uma...

Quem de longe a vê, deve achá-la eternamente alegre e forte, por apenas um único momento ao final da aula teve seus olhos distantes, fora isso, foi um comportamento normal, inquestionável e talvez fosse encenado?

A morte é uma certeza e como tal virá para todos, não adianta temer, assustar-se ou questioná-la... mas acho tão involuntário, 'a proximidade dela, a morte, com alguém conhecido e por vezes próximo', supreender.

Do que poderia levar após a morte:
- Nada física serviria para argumentar minha entrada no céu, ou servirá?

Do que deixaria após a morte:
- Gostaria de um título qualquer, como em comentários dizendo que ele era formado.
- Alguns olhos tristes e outros tanto alegres. Daqueles que só recordam o que é bom.
Obs.: Não comentarei o amor, sou desacreditado.


"Se eu amar, amar tanto, a ponto de sair de mim e ir ao encontro do outro..."

Tenha certeza que emana amor suficiente para contagiar outros. Ainda diria com total convicção, "Amo-te." Que permaneça forte esse ideal.


É isso...
... Para não ser mais incoveniente, encerrarei o comentário. Esperando que saiba que por mais distante, desconhecido, ranzinza, ácido, mal humorado, chato, estranho, grosseiro, implicante... que pareça ser este rapaz, desejo-a BEM, disponha do meu tempo livre para usá-lo da forma que precisar.

Beijo no pé.
Mininu Nu

Rodrigo Cavaleiro disse...

Contradições e alguns erros de português... Favor acrescentar o Perdão e Tolerância como formas de amor que você pretende praticar.

=) [isso ao lado é um sorriso]