A verdade é o seguinte: nós jornalistas estamos assistindo uma dilaceração do nosso ofício. Hoje, gostosonas ocuparam o nosso lugar , apresentam programas, fazem matérias e, com a discussão da não necessidade de diploma de jornalismo, poderão até se intitular "jornalistas". Tudo bem, não há impedimento nenhum em ser gostosa e ser jornalista também, mas, mesmo que a prática seja importante, aprendemos coisas na faculdade que fazem o diferencial na maneira como conduziremos as entrevistas e preparamos as matérias. Vide o papo de cumadre que rola em tantas entrevistas importantes (até hoje não descem as entrevistas que a antiga moça do tempo realiza na "sua" revista semanal).
Isso é um ponto. O outro ponto a ser lembrado é que as redações estão cada vez menores e os poucos que conseguem salvar o emprego estão sendo cada vez mais explorados. Como, na era da informação, somos tratados com tamanho desrespeito? (volto as lágrimas...estou apelando como nos programas "jornalísticos" do horário da tarde, escracha!!!)
Justamente por haver tantas novas formas de informação, novos canais, a lógica seria a contratação de mais pessoas. Mas não, o capitalismo rege os conglomerados jornalísticos (jornal impresso, on-line, tevê, rádio, blogs, twitter, notícias via celular) que levam em consideração o lucro da empresa. A informação, como é transmitida, apurada, redigida, é só um detalhe.
Atualmente, nos sites de jornais, há uma seção especial para os leitores-repórteres. Sim, se a redação não dá conta, vamos deixar os leitores participarem (ajudarem, bem da verdade, a fazer a notícia). A partir daí podem até surgir novas reportagens, dependendo do assunto, mas, se não "render caldo", o site foi alimentado, novas informações foram publicadas, novos acessos foram gerados e, voilá, lucro garantido!
Enquanto isso nossos governantes garantem que o Brasil tem um aumento considerável de empregos/mês e que o pior da crise no Brasil já passou. Crise? Que crise...
Juliana e Priscila
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